Na verdade, não deveria. Mas
confesso que ainda me importo muito com o que as pessoas pensam. Esse é um
hábito difícil de largar. Não somos uma ilha, certo? Isso significa que
nascemos para viver em sociedade e a sociedade como um todo tem pensamentos específicos
que nem sempre estão de acordo com os nossos.
Até mesmo aquelas pessoas
que dizem que não se importam com o que os outros pensam se importam sim.
Sempre tem alguma coisa que fazemos por causa do que os outros vão pensar de
nós mesmos. São coisas tão sutis que muitas vezes nem percebemos.
Nos preocupamos com a nossa
roupa, se não está vulgar demais, feia demais, velha demais, repetida demais,
antiquada demais, inadequada demais para o lugar ou ocasião.
Há também a preocupação em
demonstrar estar numa situação financeira melhor do que a que realmente
estamos; em ter uma casa bonita e impressionante; em mostrar uma família
perfeita que jamais poderia ser perfeita; em ser mais simpáticos e amáveis do
que realmente somos, etc.
Porém, acredito que pior do
que se importar com o que pensam do que temos ou não temos é se importar com o
que pensam sobre o que somos ou não. Nossa, quantas amarras! Muitas vezes
escondemos quem somos por causa dos outros, do que vão pensar, do que vão
comentar, de como vão nos julgar. Mas vale a pena ser menos feliz do que
deveria por causa disso?
Acredito que não. Sei,
entretanto, que mostrar ao mundo quem você realmente é não é fácil. Nem sempre
as pessoas vão estar prontas para descobrir ou aceitar quem você realmente é.
Ou, na verdade, nós não estejamos prontos para mostrar. De um jeito ou de
outro, temos duas opções: deixar que continuem tendo aquela mesma imagem
confortável de nós mesmos ou mostrar quem realmente somos arriscando receber
julgamentos e críticas desconfortáveis.