segunda-feira, 17 de abril de 2017

O que os outros pensam importa tanto assim?


Na verdade, não deveria. Mas confesso que ainda me importo muito com o que as pessoas pensam. Esse é um hábito difícil de largar. Não somos uma ilha, certo? Isso significa que nascemos para viver em sociedade e a sociedade como um todo tem pensamentos específicos que nem sempre estão de acordo com os nossos.

Até mesmo aquelas pessoas que dizem que não se importam com o que os outros pensam se importam sim. Sempre tem alguma coisa que fazemos por causa do que os outros vão pensar de nós mesmos. São coisas tão sutis que muitas vezes nem percebemos.

Nos preocupamos com a nossa roupa, se não está vulgar demais, feia demais, velha demais, repetida demais, antiquada demais, inadequada demais para o lugar ou ocasião.

Há também a preocupação em demonstrar estar numa situação financeira melhor do que a que realmente estamos; em ter uma casa bonita e impressionante; em mostrar uma família perfeita que jamais poderia ser perfeita; em ser mais simpáticos e amáveis do que realmente somos, etc.

Porém, acredito que pior do que se importar com o que pensam do que temos ou não temos é se importar com o que pensam sobre o que somos ou não. Nossa, quantas amarras! Muitas vezes escondemos quem somos por causa dos outros, do que vão pensar, do que vão comentar, de como vão nos julgar. Mas vale a pena ser menos feliz do que deveria por causa disso?

Acredito que não. Sei, entretanto, que mostrar ao mundo quem você realmente é não é fácil. Nem sempre as pessoas vão estar prontas para descobrir ou aceitar quem você realmente é. Ou, na verdade, nós não estejamos prontos para mostrar. De um jeito ou de outro, temos duas opções: deixar que continuem tendo aquela mesma imagem confortável de nós mesmos ou mostrar quem realmente somos arriscando receber julgamentos e críticas desconfortáveis.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

O sonho que aceitei viver


É fácil sonhar. Difícil é aceitar o seu sonho e decidir vivê-lo, apesar de todos os empecilhos impostos por você mesmo e pelos outros.

Na vida precisamos ter sonhos, pois todo caminho precisa ser guiado e nossos sonhos são justamente aquilo que nos move. Mas o problema é que nem sempre nossos sonhos se encaixam dentro do que é esperado de nós, nem sempre nossos sonhos são levados a sério por aqueles que nos rodeiam, nem sempre temos tempo para os nossos sonhos, nem sempre temos a coragem necessária para realizá-los.

Muitas vezes, na dúvida, escolhemos a opção mais fácil, mais simples de ser realizada por nós, considerada mais promissora pelos que nos cercam. Preenchemos expectativas alheias, realizamos sonhos alheios, alcançamos o sucesso que a sociedade espera de nós, mas e nós? Vivemos uma vida de ilusão, tentamos fixar no coração um sonho que não é dele, que é estranho a ele, que ele não reconhece.

Porque sonhos são assim, nascem com a gente. De um jeito ou de outro, estão sempre ali, se manifestando das formas mais sutis possíveis. Às vezes demoramos para descobri-los, pois durante toda a nossa vida os guardamos muito bem guardados no fundo do nosso coração e da nossa imaginação.

Eu tenho um sonho que é lindo e fácil de sonhar, mas difícil de viver. Mas qual sonho não é difícil? Se fosse fácil, não seria um sonho. E a verdade é que, na maioria das vezes, as dificuldades vêm de dentro para fora. Nós é que criamos os maiores obstáculos para viver os nossos sonhos. Quando conseguimos vencer a nós mesmos, já estamos a meio caminho andado da realização dos nossos sonhos.

Demorei a descobrir esse sonho, mas aqui estou eu. Desde que eu era pequena isso era nítido, e todo mundo enxergava. Quando se é criança, seus sonhos mais lindos e longínquos são incentivados, mas quando crescemos somos motivados a percorrer caminhos mais fáceis, mais objetivos, com retorno mais rápido e certo. Isto, geralmente, por dinheiro.

Não vou ser hipócrita e dizer que o dinheiro não é importante. Claro que é, claro que faz falta, claro que precisamos dele. Mas a busca por ele tem seus limites: os limites são sonhos, amor e princípios.

Eu sonho em ser escritora. Sonho em encantar as pessoas com as minhas palavras, sonho em mudar a vida das pessoas com as minhas palavras. Sonho em ver minhas histórias andando por esse mundo. Sonho em viver disso: das minhas palavras, das minhas histórias.

Estou numa fase da minha vida em que tenho pouco tempo para sonhar. Preciso trabalhar, preciso estudar, preciso pagar as contas. Mas é justamente nessa fase tão atribulada que eu aceitei meu sonho e aceitei vivê-lo. Não vai ser fácil, não vai ser simples. Porém meu sonho é tão grande que desistir dele é como desistir de parte de quem eu sou. Vou lutar por ele dentro das minhas limitações, dentro das minhas possibilidades e, um dia, se Deus quiser, estarei aqui contando para vocês sobre o quanto valeu a pena buscá-lo.

E você, qual é o seu sonho? E até onde está disposto a ir para vivê-lo?

quinta-feira, 16 de março de 2017

As vidas que não vivi


Ah, quantas vidas eu não vivi! Não me tornei cantora, não me tornei escritora, não me tornei psicóloga, não me tornei pediatra, não morei nos Estados Unidos nem na Europa, não fui a garota mais popular e bonita da escola, não me tornei boa em esportes, não passei em um concurso público... E sabem o que é mais engraçado? É que está faltando um “ainda” na maioria dessas frases.

De fato há vidas que não posso mais viver. Não dá para voltar no tempo e ser a garota mais popular e bonita da escola, porque, né, já tenho 25 anos. Mas para que remoer isso se do jeito que as coisas aconteceram foi bem melhor? Não ser a garota mais popular e bonita da escola trouxe muitas coisas boas para mim. Ganhei amigos verdadeiros, que estão comigo até hoje. Eu me diverti sem me importar com o que pensavam de mim. Tinha meu próprio estilo, não precisava me preocupar em estar sempre na moda ou em ditar moda. E aprendi que a inteligência, a simpatia e a empatia são muito mais valiosas.

Mas há tantas vidas que não vivi e ainda posso viver. Se eu quiser realmente ser cantora, ainda posso ser, mesmo que não seja reconhecida nem ganhe muito dinheiro com isso, só pelo prazer de cantar. Se eu quiser realmente, ainda posso ser escritora e talvez encantar muitas pessoas com as minhas histórias. Se eu quiser realmente, posso trabalhar duro e juntar dinheiro para morar nos Estados Unidos ou na Europa, mesmo que só por 1 mês. Se eu quiser realmente, posso estudar muito e passar em um concurso público. Se eu quiser realmente, posso fazer faculdade de psicologia e/ou de medicina com especialização em pediatria. Se eu quiser realmente, posso até me tornar boa em esportes, o que, para quem me conhece, parece quase impossível.

O que eu quero dizer é que há tanto que ainda podemos fazer! Mesmo que você não tenha mais 20 ou 30 anos, mesmo que você já esteja na terceira idade, nossa, ainda há tanto que você pode fazer!

Nós temos a mania de nos limitar, de impor barreiras, fronteiras. Mas isso tudo nada mais é do que medo, medo de tentar e falhar, medo de enterrar um sonho. É mais fácil dizer que não há mais tempo, certo? Sim, mas a verdade é que ainda há muito tempo!

Então não se acomodem, não deixem o medo ser maior, busquem, lutem. Que triste é a vida de quem vive sem sonhos.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Eu não gosto disso não


Eu não gosto de balada. A ideia de usar um vestido apertado, sapatos de salto alto fino e maquiagem pesada para passar a noite inteira em pé, balançando a cabeça e o corpo mecanicamente ao som de música alta e (quase sempre) eletrônica, ao lado de um milhão de pessoas desconhecidas, recebendo cantadas de homens que nem se lembrariam do meu rosto no dia seguinte, nunca me agradou. Ainda assim frequentei muitas baladas entre meus 18 e 21 anos.

Consequentemente, como poderia gostar de carnaval? Pois é, eu não gosto de carnaval, pelos motivos acima (tirando o salto alto fino e a música eletrônica). Quando eu era criança gostava sim, porque adorava me fantasiar e brincar com meus primos no meio daquele ambiente tão colorido. Na medida em que fui crescendo, fui gostando cada vez menos. Mesmo assim frequentei muitos carnavais após deixar de ser criança.

Eu não gosto de barzinhos do tipo aonde as pessoas vão só para beber e comer petiscos. Eu não bebo nem sou muito fã desses petiscos; prefiro restaurantes que ofereçam uma boa refeição. De qualquer forma, já fui muitas vezes a esses barzinhos.

E a pergunta que não quer calar é: por que já fiz tantas coisas das quais não gostava? Existem duas respostas para essa pergunta: 1) para agradar aos outros; 2) porque me senti na obrigação de fazer. Quantos de vocês nunca fizeram algo simplesmente para agradar a outra pessoa ou porque se sentiam obrigados, pressionados?

Veja bem, não há nada de mal em querer agradar aos outros. Quando gostamos de uma pessoa, é legal (e normal) fazer coisas para agradá-la, e isso acaba incluindo coisas das quais não gostamos muito. O problema é quando se torna rotina, ou quando ultrapassamos algum limite próprio. Não vale a pena anular quem você é constantemente para agradar a outra pessoa. As pessoas que te amam de verdade te aceitam como você é, mesmo que entre vocês haja diversas diferenças.

Eu e (acredito) a maioria dos jovens da minha idade sofremos uma pressão cultural desde cedo para termos determinados gostos. Se você já tem idade suficiente (ou não) e não frequenta baladas, você é uma pessoa estranha e deslocada. Se você não gosta de carnaval, você é uma pessoa antiquada, careta e não pode ser que seja brasileiro! Se você não frequenta barzinhos, não é descolado. Por essas e outras verdades tão sólidas em nossa cultura que frequentei baladas, carnavais e barzinhos. Eu me sentia na obrigação de fazer tais coisas. Eu precisava mostrar às pessoas que eu era como elas; eu não queria ser a diferente.

Mas sabem o que eu descobri? Que não vale a pena. É ruim demais abrir mão de quem você é, correndo o risco de nem conseguir mais voltar a ser quem era, dependendo do quão longe você vá. Portanto, deem-se a liberdade de serem vocês mesmos! É bom demais dizer NÃO GOSTO disso, eu GOSTO daquilo; é um alívio sem tamanho! Quando aos outros, eu repito: quem te ama de verdade te aceita do jeito que você é e abraça com boa vontade as diferenças.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A perfeição que não consigo atingir


O mundo exige de nós nada menos do que a perfeição. Devemos ser perfeitamente bonitos, educados, inteligentes, engraçados, simpáticos, alegres, solidários, sociais, etc. Há certas pessoas que não ligam para essas exigências. Mas a maioria deve ser como eu, e se importa sim.

Acho que eu sempre fui assim, pois, desde que me entendo por gente, sou qualificada como perfeccionista e exigente. E isso nem sempre é um elogio.

Acontece que a perfeição é impossível para nós seres humanos. Não há seres humanos perfeitos. É uma ilusão o que a mídia e certos usuários de redes sociais tentam nos mostrar. Compramos essa ilusão porque nos é agradável, e porque adoramos viver em utopias.

No meu caso, a pessoa que mais exige de mim mesma sou eu. E a impressão que tenho é que isso só foi piorando ao longo dos anos. Com o passar do tempo, comecei a depositar sobre mim expectativas cada vez mais altas e metas cada vez mais distantes. Não que eu não deva sonhar grande, acho que todos devem. O problema é se torturar com objetivos quase inalcançáveis.

Sou do tipo capaz de passar um dia inteiro se culpando por um erro idiota que aconteceu no início do dia. Mas as coisas têm um peso diferente para mim. Há certas áreas da minha vida em que os erros são mais aceitáveis do que em outras, acho que com todo mundo é dessa forma. Se eu tirar uma nota mais baixa numa prova, ok; se eu magoar alguém a quem amo, certamente vou ficar me culpando.

Creio que estou a alguns passos de vencer a minha luta contra a busca pela perfeição, pois o primeiro passo já dei: admitir que ela não existe. Agora só me falta colocar em prática esse entendimento. E como posso fazer isso? Relevando erros bobos, aceitando meus defeitos e tendo a consciência de que sempre faço o melhor que posso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Sou romântica sim!


Acho que sou romântica desde que nasci. Desde que me entendo por gente eu me interesso por histórias de amor, pelos romances épicos dos livros, séries e filmes. Vivia atrás dessas histórias e, frequentemente, as inventava em minha cabeça. Eu tentava imaginar como seria quando me apaixonasse, quando vivesse um grande amor. Quem ele seria? Como ele seria?

É possível dizer que eu tinha um mundo próprio. No meu mundo, eu era a protagonista de um grande romance em que tudo que acontecia me aproximava mais e mais do meu destino: o amor da minha vida. Acho que ainda enxergo a minha vida como um grande romance do qual sou a protagonista. Qual é a graça de ser apenas coadjuvante nas histórias alheias?

Com o tempo e as decepções, fui me tornando mais realista. Cheguei a me tornar mais fria, tentei me tornar indiferente ao amor, mas, no fundo, eu sabia que não deixara de ser romântica, de ter esperanças no verdadeiro amor.

E romantismo não é só coisa de mulher, não. Isso é o que tentam nos fazer acreditar. Cheguei até a acreditar por um tempo. Mas depois vi que não se tratava de um mito: existem homens românticos, do tipo que se lembram das datas especiais do casal, do tipo que manda flores e/ou chocolates, do tipo que abre as portas para você, do tipo que sonha com o próprio casamento e em viver um grande amor tanto quanto nós mulheres.

Eu admiro homens românticos e que assumem ser românticos sem se importarem com as críticas de uma sociedade tão machista. E também admiro muito as mulheres que assumem ser românticas numa época em que aceitar certas gentilezas por parte dos homens é quase um ofensa ao gênero feminino, se é que me entendem.

Então, quando me dizem que ser romântica é besteira nos dias de hoje, eu apenas faço uma cara cética para a pessoa que tenta se convencer disso. Ser romântica, acreditar no amor, querer viver uma grande história de amor é, sempre foi e sempre será importante. Pois num mundo frio, seco, objetivo demais, pessimista demais, os românticos se destacam, pois conseguem ver cores diferentes nesse ambiente tão preto e branco.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O que é ter tudo?


Muitas vezes já ouvi que determinada pessoa é feliz porque tem tudo. Geralmente esse tudo significa uma boa situação financeira, um belo carro zero, roupas e acessórios caros, viajar muito, comer em restaurantes elegantes, ir às melhores festas, ter um (a) namorado/noivo/marido (a) maravilhoso (a) em todos os sentidos, ter um milhão de amigos, uma família tradicional e amorosa, ser saudável, bonito (a), sociável, popular, inteligente, talentoso (a), bem sucedido (a), ter uma carreira invejável, ter uma reputação impecável, dentre tantas outras coisas.

Entramos numa busca desenfreada, praticamente desde que nascemos, pelo tudo que se pode ter na vida. Buscamos tudo (ou quase tudo) que foi citado ali em cima e mais um pouco. Julgamos que, para sermos felizes, temos que atingir a quota certa de bens, viagens, características pessoais e companhias que nos é imposta pela sociedade.

Como poderei ser feliz sem ter determinados bens materiais, sem ter uma carreira impecável, sem ter um (a) companheiro (a) incrível ao meu lado, sem viajar para os melhores destinos, sem frequentar os melhores restaurantes e as melhores festas? Bom, querem saber de uma novidade? Dá para ser feliz sem ter tudo isso. E sabem por quê? Porque somos indivíduos diferentes, com necessidades e desejos diferentes.

Não devemos aceitar aquilo que a sociedade nos impõe como imprescindível à nossa felicidade. Eu sou feliz e não tenho todas aquelas coisas que citei. Ainda existem muitas coisas que eu quero alcançar nesta vida, mas enquanto eu não as alcanço, e ainda que não consiga, eu sou e serei feliz, porque tenho tudo que é verdadeiramente essencial para a minha felicidade. Então chegamos à verdadeira pergunta: o que é essencial para você?

Traçar metas e tentar alcançá-las faz parte da natureza humana, mas não devemos ser escravos delas. O que devemos é ter em mente que aquilo que é essencial para sermos felizes é o tudo que precisamos ter nesta vida.